terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um Ano: feliz pelos amigos que encontrei


Imagem daqui

Bordados e Retalhos  hoje faz um ano. Iniciei esse desafio para postar os trabalhos artesanais que faço. Mas foi um período também que estava muito triste. Então fui me chegando, colocando os artesanatos, mas também postando as angústias, chorando e rindo com vocês. Não fazia ideia do que encontraria por aqui. Foi um tempo muito bacana pois encontrei novos amigos, gente com quem me comunico praticamente todos os dias e com quem me identifico muito.

Nem sei como retribuir tudo que recebi e pensei muito em fazer uma comemoração especial. Procurei sugestões com outras blogueiras, mas não consegui pensar em nada muito diferente. Gostaria de mandar um presente para cada um. Um presente feito com muito carinho por mim. Mas não dá e se eu fosse fazer um artesanato pra cada um que vem aqui, me animar, me ajudar e que eu amo, ficaria até o próximo aniversário  sem entregar todos os prêmios.


Então fica assim, quem entrar hoje no blog e deixar um comentário estará concorrendo a um sorteio de um artesanato feito por mim. Penso em sortear uma toalha em Ponto Russo e um marcador de livros personalizado e bordado por euzinha aqui. Basta deixar nome e e-mail. Mas é so hoje pois amanhã farei o sorteio e começarei a preparar o prêmio que será personalizado. Não precisa deixar mais de um comentário, todos terão chances iguais, basta ter um endereço postal aqui no Brasil. O sorteio será com papelzinho (não sei fazer de uma forma mais tecnológica rsrsr)  e prometo filmar e postar aqui o resultado. É só hoje a promoção, tá.


Modelos dos prêmios

Deixo aqui como carinho e gratidão um poema de Machado de Assis sobre a amizade.

BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!


Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!


Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
 Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

domingo, 29 de agosto de 2010

Nove Coisas Sobre Mim

Amigos ganhei esse adorável carinho da Isadora do Tantos Caminhos.  Com toda a liberdade que só os amigos sabem oferece vou postar parte do pedidos que vieram junto com  o selinho.


1) Postar o selo (que vai a partir de agora para a minha galeria)



 
2) Citar de quem o recebi e linkar com o respectivo blog;
Ja disse lá em cima
3) Dizer 9 coisas sobre mim;

ENTÃO VAMOS LÁ:

1) Eu trabalho há 24 anos na mesma empresa e me orgulho disso;

2) Sou bibliotecária documentalista, tenho paixão por documentos históricos;

3) Amo ler. Tenho sempre um livro na bolsa para a qualquer momento e oportunidade deliciar-me com a leitura.;

4) Tenho dois cachorros, um gato e três perquitos australianos;

5) Sou agitada e ansiosa, mas venho melhorando com a idade ( apesar do marido dizer o contrário);
6) Adoro fazer artesanto. Ponto Russo e  decoupage são a  minha paixão;

7) Detesto grosseria e gente que se acha mais importante que os outros;
8) Detesto serviços domésticos mas adoro ter a casa limpa e organizada;
9) Esse bloguinho vai fazer 1 anos na terça feira. Você tem alguma sugestão de como posso comemorar?

Notícias


Ele passou mal. Garganta infeccionada e febre de 40 graus. Tivemos que correr para o pronto socorro. Lá no hospital teve que tomar soro, sentei ao seu lado e não sei se pela dor ou pelo amor, ele recostou a cabeça no meu ombro. Nesse momento senti as lágrimas (minhas) descendo pelo rosto. Estava feliz, apesar do filho doente, pois foi possível novamente tomá-lo nos braços e abraçá-lo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva Sentimentos - Raiva

Gente, tenho tentado abolir esse sentimento da minha vida. Sem nenhuma demagogia, tenho tentado mesmo. Já disse que minha raiva dura menos de dois dias, ainda assim dura muito. Em momentos de raiva, falo coisas que não devo, faço coisas que abomino, por isso tenho tentado me livrar dela. Num momento de raiva, disse coisas ao meu filho que nunca deveria ter dito, como por exemplo, se não fala comigo, procura outro lugar pra morar. Ainda disse, dá um jeito de você mesmo pagar sua faculdade. Como me arrependo dessa falta de controle pois essas palavras soaram pesadas demais no coração magoado de um adolescente.  Sou eu a mãe, portanto tenho que ser mais forte e ponderada, pensar e repensar todas as coisas, os atos e as palavras. Hoje estou tentando me livrar de vez desse sentimento. É quase impossível, mas tenho tentado me controlar.

Acho que a gente amadurece com a vida e com o tempo, e o tempo está passando pra mim e tem sido um grande remédio pra tantas coisas. Mesmo assim,  ainda hoje não consigo controlar a raiva quando um monte de serviço me espera. Serviços domésticos principalmente, e quando tenho que dar conta de tudo, me descontrolo. Marido ajuda, mas no tempo dele, com a calma dele e eu quero tudo pra ontem. Nesses dias descontrolados, ninguém me segura.
A raiva é sentimento importante, de protesto, frustração, quando nos sentimos ameaçados, impotentes, desrespeitados. Acho que a raiva nos impulsiona a lutar por direitos, a querer mudar certas situações. Mas no fundo não é um sentimento bom e pesquisadores garantem que sentimento freqüente de raiva é tão ruim para o coração como fumar, comer muita gordura saturada, ser sedentário... Pode também causar distúrbios no aparelho digestivo, sem dizer que pode ser considerado um desequilíbrio psicológico.

Mas as vezes é quase impossível não sentir. Ontem mesmo senti uma raiva grande quando Glorinha me contou sobre a falsa ONG que publica livros, tudo mentira pra enganar as pessoas na net. Ai que raiva! Mas deixo pra minha querida Glorinha um grande abraço e muito carinho esperando que ela fique em paz.


Ramalhete de Alfazema para Glorinha do Café com Bolo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Você me abraça e a tristeza vai embora



Em maio fui com marido num retiro para casais. Foi um final de semana maravilhoso como contei aqui em postagens anteriores. Momento de muita reflexão e emoção. Foi um retiro preparado pela Pastoral Familiar e  quem participa desses encontros sabe como são lindos e como colaboram para aprimorar as relações entre os casais e destes com os filhos. No segundo dia do retiro tivemos a presença de um psicólogo que nos falou, entre tantas coisas, como é preciso sempre fortalecer os laços que nos unem a que amamos. E apesar de todo o desgaste que sofre o conviver, a tristeza e a mágoa devem morrer num abraço. Nem preciso dizer como chorei nesse encontro e como nos marcou tudo o que foi dito e ouvido naquele final de semana.

Então hoje acordei com a música que o palestrante, mesmo desafinado, cantou lindamente para nós

Pareço Um Menino
(Fábio Jr.)

Apenas você tem o dom
De mudar meu destino
É so me tocar com seus olhos
Pareço um menino...

Deitado em seu colo
O mundo não
Me surpreende
Sou homem maduro
Mas na sua frente
Não sou mais
Que um menino...


Você tem a luz
Que ilumina
O nosso caminho
Depois de você, descobrir
Que não sou, mais sozinho...
Você é o amor
Que a vida me deu
De presente
Sou homem maduro
Mas na sua frente
Pareço um menino...


Você me abraça
E a tristeza, vai embora
A dor que existe
Fica da porta prá fora
A gente briga
Mas é coisa que acontece
Logo o coração esquece
Porque a gente se adora...(2x)

(Não consegui postar o vídeo da música)

A música me comoveu, comoveu ao marido também. Reconheci mais uma vez  que é possível deixar a dor do lado de fora e recomeçar. Por que para alguns é tão difícil dar esse passo, esse abraço?

Porque me recuso a esquecer o seu sorriso

Filho como eu gostaria que você ouvisse essa música com o mesmo coração acolhedor que ouvimos naquele dia do encontro.
Não se preocupem com o que escrevi acima. Lembrei da música, continuo triste, mas sem me entregar à tristeza. Lutando sempre para reconstruir os laços, que pra falar a verdade, nem sei porque foram rompidos.

Aosqueridos e queridas que passam por aqui, deixo o meu abraço carinhoso.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Prometi e cumpri

Gente mesmo malzona (será que é assim que escreve?), cheia de dor de cabeça, cansada e ainda meio em greve com o marido (sim, eu entro em greve quando me aborreço. Mas minha greve dura no máximo 2 dias e já acabou) eu tive que terminar um bordado que havia prometido. Uma correria só, pois também tinha um jogo de toalha de casal (que casa hoje) que não consegui terminar. Acabei me estressando e cortei a toalha (de rosto)  no finalzinho do bordado. Agora já foi providenciada uma nova e vou terminar com mais calma. Os noivos receberão o presente quando ela voltar da licença e antes de partirem para a viagem de lua de mel.  Mas o quadrinho de porta maternidade mostro agora.

Pietro Victor - nome escolhido pela mãe para o seu bebê.
Por que não colocam somente Pietro? Enfim, gosto não se discute.

Semana passada, também na correria fiz a sandália da Andrea, uma pesquisadora aqui do Centro que ficou minha amiga. Aliás eu vivo ficando amiga de pesquisadores, estudantes de mestrado, doutorado...rsrsrs


Também na semana passada caixinha finalizada para o Vitor presentear uma amiga.


Sabe o que descobri nessa correria? Que meu artesanato é para me dar prazer. Quando vendo ou entro numa de fazer mil coisas ao mesmo tempo, fico estressada e não sai tão bem feito. Prefiro fazer pra presentear amigos, isso sim é prazeroso pra mim. 

Estou bem melhor hoje, apesar do nariz ainda bem entupido e minha voz esquisita. Agradeço tanto carinho de vocês, meus amores.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Será que um caminhão passou em cima de mim?

Gente, o que é isso? Tô mal. Dor de cabeça, dor no corpo,  indisposição, cansaço,  nariz congestionado. Venho aqui me desculpar por não poder visitá-los hoje. Parece que fui atropelada por um trator ou um caminhão, sei lá qualquer coisa pesada. Exageros a parte, estou fazendo de tudo pra melhorar. Amo vocês, não esqueçam de mim.

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo meu abraço carinhoso!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estica e Puxa

Gente, fim de semana daqueles!Casa pra arrumar, roupa pra lavar, almoço, visitas e além disso umas encomendas de bordados pra entregar. Quase pirei, tive até ataque de choro. Coisa demais pra fazer e eu quando estou sob pressão fico assim, meio desesperada. Deu quase tudo errado. Faltou água em toda a região da Grande Vitória. Imagine a casa cheia de gente, almoço pra fazer, roupa pra lavar...e eu que não sabia de nada saí gastando a reserva de agua pela manhã. Um caos! Além disso, estou com uns sintomas de gripe e parece que um caminhão passou em cima de mim. Mas ontem, domingo, passei toda a manhã lavando a roupa e cuidando de tudo.  Escrevi tudo isso pra explicar meu sumiço dos blogs dos amigos. Vou colocar em dia as visitas, podem esperar.

Na sexta feira estava no ônibus com as minhas leituras e pensamentos quando me chamou a atenção a aparência de alguém. Sim a pessoa chamou a minha atenção porque era um rosto diferente. Aliás um rosto que ficou diferente. Gente a pele estava tão esticada, mas tão esticada que a boca da mulher ficou assim como se ela fosse um bebê fazendo beicinho. Estava com uma outra senhora, e as duas conversavam e quando ela ria, não parecia um sorriso, mas uma careta. Peço desculpas aos amigos pelo comentário, que parece maldoso, mas na minha opinião o excesso de plástica pode acabar prejudicando ao invés de ajudar. Ai que pena quanto tempo e dinheiro gasto a toa.

Isso tudo me fez pensar o que leva uma pessoa a se submeter ao bisturi para  ficar tão estranha. Que modelo de beleza é esse que estão buscando? Bom, cada um sabe da sua vida, o que é melhor pra si mesmo. Prefiro as minhs rugas, apesar de uma grande marca de cosmético dizer que a sua experiência de vida não precisa estar marcada no seu rosto, basta no seu coração. Não sei se foi exatamente assim que eles disseram, mas foi asssim que entendi. Parece que chegamos num tempo em que pode-se comprar uma mulher esteticamente perfeita. Até plástica de reconstrução do hímem já estão fazendo. De qualquer forma, acho saudável querer ficar mais bonita, usar cremes e fazer tratamentos para isso. Mas será saudável ficar assim?


E ela era assim



Perguntaram a Cantora Rita Lee como era a sua relação com a idade. Achei fantástica a sua resposta.
RL: Bonita nunca fui, interessante talvez. Estou me achando uma senhora bem apessoada. Quando olho no espelho, conheço todas as minhas rugas do rosto, as manchas, os efeitos da lei da gravidade e parece que sempre fui assim. Mas aí, quando vejo fotografias minhas de 10 ou 20 anos atrás, percebo quanto o tempo não perdoa o físico. Por outro lado, me lembro que aquela jovem mocinha da fotografia era burrinha e insegura. Prefiro ser uma velhinha sábia e serena do que uma mocinha linda e imbecil.



Não me preocupo em ser, futuramente, uma velhinha enrugada e sábia. Portanto não pretendo me candidatar a nenhum cargo político e ter que mudar a minha cara em nome do marketing. Claro só serei eternamente candidata ao coração do meu marido, mas esse envelhece juntinho comigo. De qualquer forma, espero sempre que minha vida, e consequentemente,  minhas decisões,  sejam pautadas pelo bom senso.


Simulação da minha imagem daqui a 20 anos. Clique aqui para saber como você estará futuramente.

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva Sentimentos / Autoestima


Tenho certeza que auto estima se forma na infância. A forma como as pessoas nos tratam, nas perdas que vivenciamos, nas decepções e frustrações influenciará na maneir que me enxergo. Fui uma adolescente com autoestima baixa, achava-me feia, desengonçada e sofria muito com isso. Meu cabelo me odiava, não tinha jeito, era volumoso, crespo demais. E aí sofria muito com isso. Ninguém me amava, era esse o meu sentimento. Mas chegou um tempo em que me envolvi  com os Grupos de Jovens das Comunidades Eclesiais de Base. Naquela época eles se organizavam como Pastoral de Juventude do Meio Popular (PJMP) e foi com um grupo desses que percebi o valor que eu tinha, a importância que eu tinha no mundo, e mais ainda, descobri que eu era amada por Deus. Não o Deus vingativo e de mão pesada que me mostraram na infância, mas um Deus carinhoso e amoroso que me chamava pelo nome e me convidava para uma missão. E que também me dizia: se você não fizer, não assumir, seu lugar fica vago, porque você é insubstituível. Foi assim que me vi com outros olhos.


Quero que valorize o que você tem,  você é um ser você é alguém tão importante para Deus. Nada de ficar sofrendo angústia e dor nesse seu complexo interior, dizendo as vezes que não é ninguém.



Eu venho falar do valor que você tem .... eu venho falar do valor que você tem
(Música de Amarildo  Filho)
Acho que a adolescência é um tempo de "convulsão". Hormônios aflorados, descobertas,  novidades, mudanças no corpo e na alma. Certamente a ebulição de tudo isso provoca sentimentos muito estranhos. Quando vc tem uma família estruturada, passa por cima disso e segue. Quando não há esse suporte  a tendência é você buscar outros meios de sobreviver. Encontrei essa forma, os grupos de jovens, a Comunidade Eclesial. Outras pessoas fizeram análise, encontraram outra jeito de se encontrar ou amadureceram na marra. Outras se perderam pelo caminho. Foi com o grupo de jovens, que pude seguir uma outra estrada e buscar um novo olhar sobre mim. Isso fez toda a diferença. Foi lá, naquele grupo, que descobri que o mundo era maior que a minha casa e que as dores do povo eram maiores que as minhas e que havia muito por fazer.

Isso foi fundamental para uma mudança de postura diante da vida, dos meus problemas. Foi vendo a importância do  outro que vi como eu era importante. Foi amando os outros que percebi e senti como eu era amada e foi ajudando outros jovens a recuperar a sua autoestima que encontrei a minha. Mas como todo mundo tenho os altos e baixos, dias ensolarados e nublados, mas esse blog e toda a vivência que experimentei e experimento na Comunidade Eclesial, me ajudam a viver cada dia, me aceitar como sou e tentar se r feliz por mim mesma.

E já que estamos falando em auto estima, descobri o blog da  Gisela Rao,  publicitária e jornalista, que lançou o desafio de manter sua autoestima por 365 dias. 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Ressonâncias do post da Tati nas minhas memórias

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé
(verso da música Espatódea de Nando Reis)


Lendos os blogs e fazendo as visitinhas costumeiras me deparo com o lindo post da Tati do Perguntas em Respostas sobre a música que Nando Reis fez para a sua filha Zoé. Digo que o texto e a música fizeram soar lembranças guardadas dentro de mim. Ainda outro dia escrevi a história do meu nome e porque me chamo Giovanna Marcia Valfré (leia aqui). Escrever sobre essa história me fez um bem danado e no final daquele texto prometi que um dia contaria como se conquista o coração de um pai.

A Zoé do Nando Reis já nasceu com o dela conquistado. O amor de seu pai declarado no fazer cotidiano e eternizado na música Espatódea. Cliquei no vídeo do Nando cantando a música e ao ouvir declaração tão linda de amor não há como escapar das lembranças. Não foi possível esquecer, ouvindo a música, que  num processo na justiça ou com um exame de DNA você pode conquistar  o nome, a pensão alimentícia e outros direitos,  mas juiz nenhum pode obrigar um pai a amar sua filha ou seu filho.

Meu pai aos 30 anos

Cresci assim, nessa ausência de pai, da figura protetora do pai. Tive tios e avô mas sempre ficou muito claro para mim que eles não eram meus pais e nem iriam substituí-lo, por mais que me amassem. Cresci sentindo que faltava alguma coisa na minha vida e o pior, sabendo onde morava, como vivia e como se chamava aquele que faltava lá em casa no dia-a-dia.
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Quando eu tinha 12 anos meu pai se casou e a distância entre nós aumentou. Tive certeza que as prioridades  dele eram outras e que a partir daquele momento ele iria construir a sua família. Enquanto meus irmãos eram cuidados e paparicados com tudo o que há de melhor, minha mãe matava um leão por dia para me alimentar. Faltava muita coisa pra mim mas a ausência desse pai,  a necessidade que eu tinha de alguém que me chamasse de filha, me protegesse, era como se um buraco estivesse aberto em meu peito. Sonhava com almoços de família e me assustava com a imagem de uma cadeira vazia na mesa.  

Durante muito anos o ressentimento de minha mãe me ensinou que um dia eu daria o troco. Não o convidaria para minha formatura e quando casasse, entraria sozinha na Igreja, como uma orfã. Parece exagero mas era isso mesmo que ela falava, tamanha a sua mágoa. Fiz tudo ao contrário porque não nasci para guardar mágoas e porque tinha certeza que o tempo explicaria tanta coisa, abrandaria outras tantas e curaria feridas.

Casamento e Formatura

Quando fiquei grávida a primeira vez, ele se aproximou muito de mim. Isso devo ao meu filho que, sem saber, trouxe o avô para ser o pai sonhado de sua mãe. A partir de então sempre esteve presente ajudando, colaborando, sendo pai e avô e construindo laços que deveriam ter sidos formados há tempos atrás. O próprio tempo provou que ainda era possível fazê-los.

No aniversário de 1 ano do Vinícius

Com essa história, real e pessoal descobri que a mãe (a maioria delas) pode perder o filho, mas jamais esquecê-lo. Terá outros e jamais substituirá o filho perdido. O pai, inversamente aos sentimentos da mãe, precisa construir a cada dia seu amor pelo filho. Se não houver esse "a cada dia", as relações ficam prejudicadas. Permito que discorde de mim aquele ou aquela que assim o quiser.

Hoje os sonhos do passado se realizaram e nos domingos a presença constante dele nos almoços lá de casa provam que o tempo explica tanta coisa. Outras,  o amor e o perdão,  nos fazem esquecer. Talvez esteja aí o passo a passo para conquistar o coração de um pai.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Uma carta pra tia Alice

Hoje vou escrever uma carta pra tia Alice. Recorro as mal traçadas linhas para enviar-lhe minhas  notícias e saber das suas. Tia Alice  não sabe usar o computador, não tem endereço eletrônico e nem intimidade com a tecnologia. Quando o carteiro chega em seu portão com aquela camisa amarelinha e grita o seu nome a minha tia fica ciente dos textos que escrevo aqui, das angústias e alegrias que vivo no dia-a-dia.

Tia Alice, tia Cristina (a freira) e o Vitor

Tia Alice não anda bem de saúde e sinto saudade das suas risadas, das suas histórias. Mas saudades mesmo sinto do seu carinho, dos seus abraços e daquele seu jeito de me tratar como se eu ainda fosse uma menina. A minha tia é como aquelas tias açucaradas que estragam os sobrinhos e que a gente nunca esquece.

Quando eu era crianças disputava a atenção da tia Alice com os outros primos. Ela era casada com um português, o tio Marco e ele era tão carinhoso quanto ela. Não tinham filhos, aliás demoram a tê-los e então toda a atenção deles estava voltada para nós, os sobrinhos. O tio Marco tinha um carinho muito especial por mim e ele  justificava toda essa atenção dizendo que eu fui a primeira pessoa da família da tia que ele conheceu.  E lembro-me desse dia como se fosse hoje. Foi quando  eles se encontraram no centro da cidade e ele ficou tão encantado comigo e me presenteou com um pacotinho de balas que trazia dentro dele um cartão com flores desenhadas, que guardei por muito tempo. Tio Marco faleceu em 2002, mas nunca esqueço desse tio tão querido e amigo que fez parte da minha infância.

Tia Alice, Vitor, Eduardo (meu primo e filho mais novo da tia Alice) e eu

Até hoje quando chego na casa da tia Alice, no Rio de Janeiro,  para as férias, sinto-me em casa e meus dias tornam-se uma festa constante. As suas gargalhadas engraçadas contagiam quem está por perto e ninguém fica indiferente ao jeito Alice de ser.

A tia sempre foi minha cúmplice, minha amiga, minha incentivadora e defensora. Defendia-me das palmadas da minha mãe, do meu padrasto e se por algum motivo, não tivesse sucesso em sua defesa, dividia o castigo comigo. Por ser assim, certa vez, quando eu tinha três anos, dormimos juntas no chão porque fiz xixi na cama (castigo de padrasto). Entrou na minha frente em diversos momentos e tomou a chinelada em meu lugar e foram poucos os dias que fiquei no colégio interno depois que ela foi me visitar e testemunhou com seus próprios olhos minha tristeza. Alíás ela e meu tio Marco foram me buscar, naquele último dia, no Educandário Santa Cruz, na Piedade, onde nunca mais voltei.

Eu tia Alice e Ana Maria - uma das primas que disputavam comigo o carinho da tia

Hoje vou escrever uma carta pra tia Alice pra dizer da minha saudade,  dos preparativos para as férias de janeiro em sua casa e enviar cópia dos últimos textos que postei no blog. Porém não posso esquecer de pedir pra que ela se cuide melhor, siga as recomendações médicas, diminua o sal da comida, faça caminhadas regulares, ignore, pelo menos um pouco, as guloseimas em nome da sua saúde. Entretanto, num  rompante de egoísmo, vou escrever tudo isso  porque não consigo pensar na minha vida sem tê-la por perto. Porque sem a tia Alice, tenho certeza, a vida pode ser tornar muito sem graça e perderei mais um colo onde posso  repousar minha cabeça e chorar sem nenhuma vergonha. Papel perfumado e caneta na mão, inicio:

Querida tia Alice...


Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Inveja - Blogagem Coletiva Sentimentos

Certos sentimentos são inconfessáveis. Vergonhoso admitir. Costumo dizer as vezes que eu tenho uma inveja boa de fulano...inveja boa existe? O que quero dizer nessa hora é que admiro muito a pessoa ou o que ela faz. Por exemplo, tenho uma inveja boa de quem toca violão. Acho tão lindo e gostaria tanto de saber tocar um instrumento que digo isso. Mas realmente venho me policiando porque a palavra inveja soa tão forte e tão asquerosa que pode ser mal interpretada essa  minha brincadeirinha com a palavra.

Mas devo confessoar, cabelo sempre foi um problema na minha vida. Por isso "invejava" os cabelos lindos e lisos das minhas amigas, que viviam leves e soltos, enquanto eu tinha que andar com os meus  pesados de cremes e presos como bandido. Hoje já sou mais desencanada com isso. Até porque escova marroquina, de chocolate, de morango, chapinhas e um monte de opções me salvaram de morrer de inveja. Rsrsrs

mas falando sério, acho que inveja é aquele sentimento horroroso de desejar o que é do outro e que vai além, é desejar que o outro não tenha. Nessa sociedade consumista, onde ter é mais importante do que ser, não estamos formando pessoas com esse sentimento arraigado no coração?
Por causa desse sentimento, essa vontade de  ter o que quer e não pode, muita gente comete crimes, esquece os seus valores, passa por cima do outro. Olha esse caso aqui: "Jovem diz ter câncer e usa doações para viajar para Disney".



Parece que estamos realmente vivendo numa inversão de valores. O que antes era certo agora é errado. Há quem diga inclusive que inveja é um sentimento bom pois estimula a pessoa a conquistar o seu espaço, a lutar por seus ideiais. Mas quanto a mim ainda acredito na verdade, na decência, na honestidade, na admiração que se tem pelo outro.

Devo informar que nenhuma das minhas amigas de cabelos lisos e lindos perderam um só fio  deles por causa da minha "inveja". Rsrsrsrs.

Minha participação na Blogagem Coletiva Sentimntos proposta pela Glorinha de Lion do blog Café com Bolo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quem é que te faz feliz?

Ônibus é local excelente para rezar, quase um templo, rsrsrsrs. Ônibus é um lugar ótimo pra ler, pelo menos pra mim  pois tem gente que detesta. Ônibus e longas distâncias,  bom lugar para pensar. Então aproveitando o lugar e o tempo fiquei pensando ontem, na volta pra casa, sobre a importância de ser feliz.
Lembrei que visitando blogs acabei encontrando um texto que dizia que durante um seminário perguntaram para uma esposa, com o marido do lado, se o seu companheiro a fazia feliz. Ele já sabia a resposta pois durante tantos anos de casamento ela nunca havia reclamado de nada e todos os amigos e conhecidos comentavam como os dois viviam bem. Para a perplexidade do marido a mulher respondeu um sonoro NÃO. E complementou: meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz. EU SOU FELIZ! O fato de ser feliz ou não, não depende dele e sim de mim. Veja o texto aqui

Achei esse texto genial e fui embora pensando nele. Pensei como está em nossas mãos a felicidade e ao mesmo tempo, como colocamos a nossa felicidade na mão do outro. Pensei que apesar de todos os pesares, de todas as lágrimas, de tantos problemas, tenho buscado ser feliz  por mim mesma, e tenho procurado a felicidade em coisas pequenas, gestos simples e até em meias palavras.


Claro que eu poderia ser muito mais feliz. Se eu tivesse mãe, se meu pai tivesse me amado desde hora da minha concepção ou do momento em que nasci, se ele tivesse me assumido, se eu tivesse terminado a faculdade mais cedo, se o meu filho mais velho fosse menos fechado e mais carinhoso, se o meu filho mais novo tirasse notas mais altas no colégio, se meu marido entendesse sem tantas explicaões as coisas que quero, se não tivessem roubado meu carro, se, se, se...

Mas percebi que possso ser feliz com o que tenho. Sou feliz pela memória e pela história que minha mãe deixou. Sou feliz por meu pai ter reconhecido que sou sua filha. Sou feliz porque terminei a faculdade, com meus filhos presentes na minha formatura, ouvindo a mãe oradora falar da alegria de estar ali e da importância dos estudos na vida da gente. Sou feliz porque meu filho é estudioso, responsável, querido e talentoso. Sou feliz porque consegui (na verdade conseguimos) pagar o carro, prestação por prestação, mesmo sem usufruir do mesmo (não tinha seguro o danado). Sou feliz porque meu marido é um homem bom, honesto, carinhoso e companheiro, apesar de, as vezes, complicado.

Descobri prazer e felicidade em coisas simples, como ter um bom livro nas mãos, fazer amigos no blog, bordar uma toalha, arrumar a minha casa, fazer o meu trabalho....e tantas coisas mais que nem consigo enumerar.

Tive a infeliz ideia de comentar esses pensamentos com uma pessoa (só agora percebi que esquisita ela é ou eu talvez seja esquisita e nem me dei conta) e ela me diz: como pode alguém andar de ônibus e ser feliz ou achar que é feliz. Só você mesmo Giovanna! Ai que raiva, pra que fui falar disso com ela? Mas lembrei da minha amiga, a reporter Simony Leite, talentosíssima, linda, que uma vez me falou: já fui tão feliz comendo pão com mortadela. Bom, esse texto ficou parecendo copiado da Eleanor H. Porter (do livro Pollyana - a do jogo do contente), paciência. Nunca canso de dizer que tenho vocaçãopra ser feliz. Mas acho que o melhor mesmo é descobrir que pra ser feliz preciso de muito pouco. Se você teve paciência de ler isso tudo, responda-me: "quem te faz feliz?".

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Dia Que a Cidade Parou

Fiquei duas horas no trânsito, num engarrafamento descomunal, daqueles que tiram qualquer um do sério. Vitória viu cair a noite de ontem sob o efeito de um assalto, um grande assalto. Infelizmente desses que ouvimos nos noticiários e que têm reféns, feridos e mortos, no nosso caso um morto. Toda a cidade parou e quando a cidade para, param também todas as outras que fazem parte da Região Metroplitana, a Grande Vitória. Veja aqui  notícia sobre o assalto.

Vitória é uma ilha, a Ilha do Mel, a Cidade Presépio, Cidade onde trabalho, nasci e morei. Atualmente moro na cidade de Serra (dá pra ver direitinho aí no mapa,  (de Vitória à Serra são 30 minutos de distância de carro ou  1 hora e 15 min de ônibus)

Marido ligou no meio da tarde preocupado, pois o assalto era  perto, numa loja, na verdade uma ótica onde fiz os meus dois últimos óculos. Pediu que eu tomasse cuidado pois ficou sabendo, já que trabalha numa grande avenida que dá acesso ao Centro, que o Batalhão de Missões Especiais (PM) já estava a postos e que o tumulto era enorme. Não passavam ônibus do município e os que vinham de outros estavam super lotados e atrasados. Saí as 17 h30, logo apareceu o meu coletivo, mas o trânsito não fluiu, tudo engarrafado.

Vitória é uma cidade linda (eu acho), porém mal planejada. E a explicação pode estar aqui:  "A proibição da mineração nas Minas Gerais e a presença de tribos hostis no interior do Estado contribuíram para que o Espírito Santo se mantivesse por muito tempo como uma capitania essencialmente litorânea." Agregue a esse pequeno texto, décadas, séculos de desmandos políticos e descasos. Entretanto informo que as coisas mudaram um pouco nos últimos anos.Costumo dizer que aqui temos uma rua para entrar, uma rua pra sair e um entroncamento que dá acesso a essas duas vias. Se fecham a entrada, logo  a saída estará com problemas também.

Imagem daqui

Ônibus parado, aproveitei para ler o livro que trago sempre na bolsa. Com isso não reclamei, não fiquei xingando o motorista, o carro da frente, o guarda de trânsito. Fiquei tranquila, lendo relaxada. As vezes o corpo cansava de estar na mesma posição por tanto tempo, mas resisti. Por alguns momentos, fechei o livro e rezei (adoro rezar dentro do ônibus). Rezei pelos reféns, pelos feridos e por suas famílias. Voltei a ler, olhei pelo vidro da janela  a cidade recebendo a noite que chegava. Preocupei-me com o horário da reunião que iria  coordenar mais tarde e pensei: cheguarei  atrasada certamente, mas o que é chegar atrasada, se alguém sequer chegará  em casa nessa noite violenta em minha cidade? O que é chegar atrasada  nessa  noite em que mais uma família ficou sem o pai? Voltei a rezar.

Imagem daqui

domingo, 8 de agosto de 2010

Ressonâncias da Blogagem Coletiva Espiritual e Ecumênica

Adoro participar das Blogagens Coletivas. É um momento especial, de partilha, de novos contatos.  A Blogagem Coletiva Espiritual e Ecumênica foi, antes de mais nada, momento de partilhar a fé, anunciar as maravilhas de Deus e mostrar quão grandioso é o nosso Criador.


Foi momento de redescobrir ou expressar a Espiritualidade vivenciada por todos nós no dia a dia.
 Deixo um grande abraço a todos os que participaram e também um beijo especial a Rosélia do blog Espiritual-idade.

Aproveitando esse momento de reviver a espiritualidade, deixo aqui votos de um Feliz dia dos Pais a todos vocês. Um abraço forte dei em meu pai hoje lembrando de quantas vezes quis fazer esse gesto e não pude pois ele não estava perto de mim. Muitas vezes até estava perto, mas eu ainda estava muito longe do seu coração. Apertado abraço dei tembém em meu marido bem cedinho, desejando minimizar a dor que sente pela ausência de um dos nossos filhos. E na Igreja nessa manhã, chamei todos os pais ao altar para que eles pudessem, no seu direito e no seu fazer cotidiano, abençoar a assembleia, assim como abençoam seus filhos todos os dias.  Tenho fé que passarei ainda, dias das mães e dos pais mais felizes.

"A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera"(Hb 11,1a)

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva - Sentimentos

DESEJOS

Quem sabe não seria a hora de falar da falta de desejo? Fiz essa pergunta a mim mesma ontem quando pensava nessa blogagem coletiva proposta pela minha amiga Glorinha . Olha eu aí andando na contra mão. Não é que eu seja uma pessoa sem sonhos, plenamente realizada, daquelas que nada desejam porque têm tudo. Mas preciso falar dessa experiência que vivi e da dificuldade que foi encontrar a saída:  a falta de desejo sexual.

Aos 34 anos simplesmente parei de menstruar, assim do nada. Depois que tive meu segundo filho, com 31 anos, comecei a sentir os sintomas da pré menopausa. Mas nem imaginei o tamanho do problema e nem sequer cogitei a possibilidade de menopausa precoce e da impossibilidade de futuramente ter outro filho (um terceiro) ou uma filha como sempre desejamos. Mas não deu mesmo. Em maio de 1999 foi embora para nunca mais voltar. Exames solicitados constataram útero e ovários envelhecidos e atrofiados. Paciência!  Paciência? De quem? O que mais faltou foi paciência. Imagine uma mulher nova, com um marido também jovem e que só tem vontade de dormir, não se encanta mais com a sedução, nem se preocupa mais com os desejos do outro e nem com seu próprio desejo, pois ele desapareceu como fumaça.
Achei essa explicação bem plausível: "há, na nossa cultura, uma supervalorização da maternidade; imperceptivelmente a mulher se considera valorizada por ser - ou por poder ser - mãe; na menopausa, esta possibilidade desaparece, e a associação que fazemos entre sexualidade e reprodução se esfacela. É quase como se disséssemos: "se não vou gerar filhos, o que justifica o ato sexual?" Fonte: http://www.brevesdesaude.com.br/ed08/desejo.htm

Hoje lembrando disso tudo e contando parece que nem foi tão difícil. Talvez eu jamais consiga expressar em palavras o que foi vivido por mim e por ele. A dificuldade de falar sobre isso com os médicos, os médicos que minimizavam o problema, os remédios que não ajudavam e os que, quando ajudavam traziam outros tantos efeitos colaterais. Foi um sufoco! Olhando pra trás, as vezes me pergunto como não perdi meu companheiro. Como ele suportou tudo aquilo? Será que apenas o amor bastou? Disseram-me tantas vezes que para o homem o amor não é o bastante.

Precisei buscar a saída. Encontrar a luz no final do túnel porque não escolhi viver sozinha. Precisei recuperar a auto estima, reconsiderar tantas coisas, buscar o desejo esquecido em algum lugar pelos hormônios perdidos. Aprendi a redesenhar-me, voltei a ser inteira.


Eu quero passar todos os dias na tua vida
Na hora da chegada e na breve hora da partida
Ouvir tua voz em tantos sons e melodias
Lembrar de ti por tua paz, por teu amor e alegria.

E na alegria eu vou passar todos os dias do teu lado
No aconchego do teu corpo delicado
Dar-te meus braços em abraços bem selados
Trocar contigo mil beijos e afagos

E nesses tantos beijos e afagos tão bem dados
Faremos juntos um caminho de carinho escancarado
Cumprindo bem nosso destino lado a lado.

Nosso destino de sermos dois e, assim, de sermos sempre:
Dois amantes, dois amados, dois corações apaixonados...
Eternamente, entre nós, enamorados!

Adriano Hungaro


Nunca senti tanta dificuldade em falar sobre um sentimento. Fiquei muito preocupada em me expor, mas também aliviada por poder partilhar isso. Espero que, considerando a dificuldade, o texto tenha ficado claro e coerente.
 
Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tudo o Que vale Nessa Vida

Gente, quando leios os blogs de vocês quantas inspirações e quantas reflexões me invadem. Seja para uma coisinha bonita pra minha casa, seja um conversa pro meu blog ou outras tantas coisas mais. Passei agorinha pelo Perguntas em Respostas da Tati Pastorello e como sempre me encanto com o jeito que aquela menina mãe se expressa. Muito lindo o jeito dela falar das coisas do Bê, do Vi, da vida. Hoje ela fala  da nossa correria do dia-a-dia, sobre aproveitar o tempo com quem a gente ama, da inutilidade que é se matar de trabalhar.

O  texto da Tati veio reforçar os pensamentos e as reflexões que têm passado por minha cabeça nos últimos dias.  Graças a Deus nunca fui atrás de nada por dinheiro, sempre busquei qualidade de vida, aquilo que me da prazer. Sempre foi muito mais importante pra mim um trabalho prazeroso, ainda que nem tão bem remunerado, mas que acrescentasse algo importante á minha vida. Por isso sou bibliotecária na Cúria, porque amo meu trabalho.

Conheço cada documento, para que serve e para que serviu. Amo o cheiro deles, a pesquisa, a guarda, o tratamento de tudo que está dentro desse espaço. Sinto-me respeitada como profissional, reconhecida e sinto também um amor imenso por tudo isso aqui desde o prédio histórico até o mais simples dos profissionais que aqui prestam serviço.

O Convento São Francisco- sede da Cúria Metropolitana de Vitória. Uma pena que tenham  preservado apenas a fachada
Foto daqui

Por isso é tão importante pra mim celebrar meu aniversário com eles. Ofereci um almoço, simples mas que preparei com muito carinho. Depois ganhei um bolinho surpresa. Foi uma delícia! Além do trabalho, que eu adoro, o ambiente aqui é fraterno e agradável.

Logicamente que não seria verdade dizer que não há desavenças e problemas, mas ainda assim, é um grupo muito bacana.
Meu tempo é gasto com esse trabalho que amo, com minha família, minhas atividades voluntárias e pastorais. Mas com relação ao tempo  posso dizer que tenho desejos que estão arquivados. Entre tantos, mostro esses aqui.

Ter mais tempo para leitura e um cantinho assim, especial e aconchegante, para ler

Imagem daqui
Imagem daqui

E também mais tempo e um cantinho especial para fazer minhas artes

Imagens do Manga com Pimenta

Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.