Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé
(verso da música Espatódea de Nando Reis)
Lendos os blogs e fazendo as visitinhas costumeiras me deparo com o lindo post da Tati do Perguntas em Respostas sobre a música que Nando Reis fez para a sua filha Zoé. Digo que o texto e a música fizeram soar lembranças guardadas dentro de mim. Ainda outro dia escrevi a história do meu nome e porque me chamo Giovanna Marcia Valfré (leia aqui). Escrever sobre essa história me fez um bem danado e no final daquele texto prometi que um dia contaria como se conquista o coração de um pai.
A Zoé do Nando Reis já nasceu com o dela conquistado. O amor de seu pai declarado no fazer cotidiano e eternizado na música Espatódea. Cliquei no vídeo do Nando cantando a música e ao ouvir declaração tão linda de amor não há como escapar das lembranças. Não foi possível esquecer, ouvindo a música, que num processo na justiça ou com um exame de DNA você pode conquistar o nome, a pensão alimentícia e outros direitos, mas juiz nenhum pode obrigar um pai a amar sua filha ou seu filho.
Meu pai aos 30 anos
Cresci assim, nessa ausência de pai, da figura protetora do pai. Tive tios e avô mas sempre ficou muito claro para mim que eles não eram meus pais e nem iriam substituí-lo, por mais que me amassem. Cresci sentindo que faltava alguma coisa na minha vida e o pior, sabendo onde morava, como vivia e como se chamava aquele que faltava lá em casa no dia-a-dia.
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Quando eu tinha 12 anos meu pai se casou e a distância entre nós aumentou. Tive certeza que as prioridades dele eram outras e que a partir daquele momento ele iria construir a sua família. Enquanto meus irmãos eram cuidados e paparicados com tudo o que há de melhor, minha mãe matava um leão por dia para me alimentar. Faltava muita coisa pra mim mas a ausência desse pai, a necessidade que eu tinha de alguém que me chamasse de filha, me protegesse, era como se um buraco estivesse aberto em meu peito. Sonhava com almoços de família e me assustava com a imagem de uma cadeira vazia na mesa.
Durante muito anos o ressentimento de minha mãe me ensinou que um dia eu daria o troco. Não o convidaria para minha formatura e quando casasse, entraria sozinha na Igreja, como uma orfã. Parece exagero mas era isso mesmo que ela falava, tamanha a sua mágoa. Fiz tudo ao contrário porque não nasci para guardar mágoas e porque tinha certeza que o tempo explicaria tanta coisa, abrandaria outras tantas e curaria feridas.
Casamento e Formatura
Quando fiquei grávida a primeira vez, ele se aproximou muito de mim. Isso devo ao meu filho que, sem saber, trouxe o avô para ser o pai sonhado de sua mãe. A partir de então sempre esteve presente ajudando, colaborando, sendo pai e avô e construindo laços que deveriam ter sidos formados há tempos atrás. O próprio tempo provou que ainda era possível fazê-los.
No aniversário de 1 ano do Vinícius
Com essa história, real e pessoal descobri que a mãe (a maioria delas) pode perder o filho, mas jamais esquecê-lo. Terá outros e jamais substituirá o filho perdido. O pai, inversamente aos sentimentos da mãe, precisa construir a cada dia seu amor pelo filho. Se não houver esse "a cada dia", as relações ficam prejudicadas. Permito que discorde de mim aquele ou aquela que assim o quiser.
Hoje os sonhos do passado se realizaram e nos domingos a presença constante dele nos almoços lá de casa provam que o tempo explica tanta coisa. Outras, o amor e o perdão, nos fazem esquecer. Talvez esteja aí o passo a passo para conquistar o coração de um pai.
24 comentários:
Oi Gi! Que lindo teu post, adoro ouvir falar sobre PAI. principalmente porque a duda tb nao tem o pai presente, entao gosto d ver como é isso, pra poder ajuda-la mais e mais. Eu como nunca tive a menor noção do que é nao ter pai, pq sempre tive o meu mto apaixonado por mim, fico meio perdida no caso dela.
Mas, com a minha mae ja foi diferente. nfim, o mais lindo e o mais legal disso foi vc ter perdoado teu pai! =) beijos
Gi, minha amiga, acabo de ler o seu post com os olhos com lágrimas, mas com o coração transbordando felicidade.
Não posso te dizer que sei, o que você passou, pois não tenho essa experiência, mas posso imaginar, pois acompanhei de perto, uma história muito parecida com uma grande amiga e fico feliz pois as duas histórias tiveram uma trajetória feliz. Sei o quanto essa falta doeu, em minha amiga, por isso posso imaginar o seu sentimento.
Fica aqui a lição de que perdoar, mas não da boca pra fora, mas com o coração produz maravilhas.
Um grande beijo
Gi que mundo mais louco esse nosso.Conheci vc por causa de um post que vc escreveu sobre seu filho. Conversamos por email e eu arrumei uma amiga. tá mas o que quero te dizer foi que eu já tinha lido seu blog antes, li o texto de seu nome achei a historia tão linda mas perdi o blog de vista. Hoje quando li sobre seu Pai e o amor que vc tem por ele descobri que já gostava de vc antes. Aquele senhor lá de cima sabe o que faz. um beijão da Eliane. Meu nome tambem tem historia.
Oi Gi, fico muito feliz em saber que ajudei a inspirar um texto tão incrível. É claro que o texto não tem nada a ver comigo, mas me sinto grata por isso!
Sua história é linda, seu exemplo, ao superar as mágoas e construir uma nova história.
Concordo com você sim, são poucos os pais que são pais viscerais, como as mães o são. Mães são viscerais por natureza,. mas não só. POr que mães adotivas também são para sempre. Pais, nem sempre. isso vem mudando, graças a Deus. Sorte dos filhos que vem por aí!
Você é muito grande, sabia? Tenho imensa admiração por ti.
Beijos.
Maravilhosa a sua história, Gi.
Construiu um futuro tão sonhado, perdoando.
É muito gratificante conhecer histórias assim. Fiquei realmente emocionada.
Quanto à Tati, sempre com seus posts, para os quais tiro o meu chapéu.
Parabéns pela conquista!
Bjs no coração!
Nilce
Fiquei emocionada por aqui.Que lindo!adorei e mando um beijo especial,chica
Gi, algumas coisas não precisam ser ditas. Uma luta, né, minha amiga, mas tenho fé que a outra história também siga por um caminho feliz. Já tivemos um pequeno gesto que foi o presente, né?
Soube que ela esteve aqui sim, mas não consegui ir até lá e olha que é bem pertinho. No máximo 3h de viagem. Por várias vezes, me programei, mas não consegui. Uma pena, pois gostaria de vê-la comentar sobre o trabalho.
Estou amando o livro e se você tiver oportunidade leia.
Um beijão
Oi Giovanna! Terminei de ler o seu relato de uma história de amor, perdão, entrega com apenas uma frase ecoando em minha cabeça: Eu concordo! Concordo que o tempo apara as arestas, concordo que amor de pai é diferente de amor de mãe. É necessário ser cultivado diariamente. E, fico feliz em ver uma história contada de um jeito diferente! Uma história com meio (pois o final, se Deus quiser, ainda está BEEEM longe) feliz! Um beijo muito carinhoso, Deia.
Oi amiga! Que saudade! Vc me emociona com estas histórias! Dá pra escrever um belo livro.
Beijocas. Te aguardo para outros"causos".
Querida Gi,
Emocionante o que contas, mas de facto o amor e o perdão podem fazer milagres. Teu pai que esteve longe, agora está perto de ti, gosto muito quando as coisas acabam bem.
Muitos beijinhos para ti,
Manú
Sua história é muito emocionante, Giovana. O bom é que você descobriu à tempo que poderia se aproximar de seu pai. Perdoou e o fez presente em sua vida. Parabéns! e que Deus abençoi sua família.
Abraços, Maria Luiza
Oi Gi!!!
Saudades de vc, minha querida! E de cara já me deparo com esse turbilhão de emoções...
Coisa linda de se ler, querida! E de se viver, pois perdoar é tb um dom.
Muitas vezes a presença constante de um genitor não nos faz feliz e nem nos traz boas lembranças. Minha mãe é esse exemplo. Nunca me abandonou, mas nunca me cativou, me conquistou, me entendeu.. Somos indiferentes em muitas coisas.
Sei lá pq os caminhos são assim tão toruosos. Mas falo dela pra vc sentir o tanto que constriu com teu paizinho. Isso é lindo demais e deve mesmo ser preservado. O perdão, no teu caso, fez valer a pena, pois com isso teve teu pai de volta e com ele um avô e um sogro.
Aproveite-o bem e exponha sempre tuas mágoas do passado, pois isso faz aflorar mais o amor do presente.
Beijooo
Nossa! Que barra a sua mãe passou e depois você, na escola. Eu lembro de quando era criança e uma moça engravidou do namorado e ele não quis assumir. Lembro do reboliço que foi e porque ele não quis assumir - somente porque a sociedade também cobrava dos homens uma postura machinha.
Como diz aquele ditado "O tempo tudo ameniza" acredito!
Não conhecia a história do seu nome e fui ler! Pura emoção! Imagino que se fosse hoje em dia, também teria o Nicolau no sobrenome! Boa semana! Beijus,
Oi, Giovanna!
Muito interessante suas colocações. Que bom que o tempo permitiu que essas lacunas fossem preenchidas com amor e perdão. O tempo é o melhor remédio para todas as coisas. Concordo com você quando diz que o amor dos pais é construído com o convívio diário,enquanto que as mães, pela própria natureza, amam os filhos quando ainda são embriões,e esse amor é tão grande que chega a ser transcedental.
Gi adorei o post, adoro te ler, bjo, bjo queridona! ;)
She
Ei Giovanna,
Que texto comovente!
Em relação a cesta de vime que contou, seria necessário que olhasse para te dizer o que seria melhor.
Abraços, Mara
Oi, amiga muito querida
Hoje nós duas falamos dos nossos pais..
Bjs na alma e serenidade pra vc.
Adorei o seu post. Você tem razão amor de pai faz falta. O meu é muito presente e eu agradeço a Deus todos os dias por isso. Mas tem um temperamento impar, e desconfio que tenha herdado isso dele. Somos muito parecidos e talvez por isso ele seja uma das pooucas pessoas que tenha a facilidade de me fazer chorar com palavras que me repreendam ou que me afagam. Só a possibilidade de sua ausência me aperta o coração e me dá um nó na garganta. Fico feliz em saber que você foi capaz de perdoar e teve a chance de recuperar o tempo perdido. Sempre me disseram que mãe só existe uma e pai pode ser qualquer um...Eu discordo totalmente.Igual ao meu pai não existe outro. Ele é insubstituível. E penso que o seu também é único para você! Grande beijo!
Adorei o seu post. Você tem razão amor de pai faz falta. O meu é muito presente e eu agradeço a Deus todos os dias por isso. Mas tem um temperamento impar, e desconfio que tenha herdado isso dele. Somos muito parecidos e talvez por isso ele seja uma das pooucas pessoas que tenha a facilidade de me fazer chorar com palavras que me repreendam ou que me afagam. Só a possibilidade de sua ausência me aperta o coração e me dá um nó na garganta. Fico feliz em saber que você foi capaz de perdoar e teve a chance de recuperar o tempo perdido. Sempre me disseram que mãe só existe uma e pai pode ser qualquer um...Eu discordo totalmente.Igual ao meu pai não existe outro. Ele é insubstituível. E penso que o seu também é único para você! Grande beijo!
A amiga querida lindo texto adorei saber mais da sua vida
Bjs
Oi menina linda!
Seu pai sempre te amou...só que ele não sabia...
Gde abraço, em divina amizade.
Sonia Guzzi
Oi Giovanna!
Que bom que vc gostou do meu post sobre a Academia de Letras.
Obrigada pela sua visita no meu blog.
Estou bem sumida do blog...pq estou meio de saco cheio de fazet postagem.
Mais aos poucos eu estou retornando.
Bj enorme, Rozani
Oi ..conheci o seu blog através de tantos outros que leio, amei esse seu post sobre pai me emocionou de um jeito especial, meio que me identifiquei com ele, mto lindo mesmo, parábens pela pessoa que é.
Bjs
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