sexta-feira, 20 de abril de 2012

4° BookCrossing Blogueiro eu participei

Preparei tudo para participar, reservei livro, fiz  marca página com a explicação. Saí do trabalho rumo a Academia e pensei em deixar lá. Mas vai que alguém acha o entrega no achados e perdidos e ele fica preso lá por um bom tempo. Então fiz a aula de hidro para ao sair deixá-lo  na rua, no banco da praça... Mas quando acabo o banho meu telefone toca e recebo a notícia que um parente muito próximo, meu primo e cunhado, havia falecido repentinamente vitimado por enfarto fulminante. A família desesperada, a filha mais nova dele, que é minha afilhada, com problemas cardíacos era minha maior preocupação, corri pra casa deles.

 Por esse motivo atrasei em dois dias minha participação no BookCrossing Blogueiro, proposto pela Luma. Hoje deixei libertado  o livro na padaria pela manhã. Adorei participar mais uma vez.



sábado, 14 de abril de 2012

BC: UM DIA PARA GLORINHA LEÃO

Essa blogagem coletiva é uma proposta da Angela do Ora Pitangas


Perdi a graça com o Blog. Perdi a vontade de entrar, me comunicar e interagir por aqui. Mas hoje volto para homenagear minha querida amiga Glorinha. Nem sei o que dizer, que homenagem pode estar  a altura de pessoa tão especial. Quando em agosto o Bordados e Retalhos completou 2 anos pedi a ela um texto para publicar  aqui e olha a preciosidade que ela me enviou: 


 “Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.”

Trecho da música Força Estranha de Caetano Veloso.


Não sei porque me lembrei dessa música hoje quando a minha doce amiga Gi me pediu que escrevesse um texto para comemorar os dois anos de seu blog: o Bordados e Retalhos. Aliás, sei sim. Sei porque a Giovanna me lembra isso, essa força estranha que vem de algum lugar de dentro de nós e reverbera, inunda, preenche tudo com o seu amor.

É uma força comum a quase todas as mulheres. Uma força tirada da dor, do caminhar, do semear vidas. E o Caetano soube falar disso com maestria: dessa força que nos leva a cantar, a viver, a sonhar, a escrever, a crer que o amanhã será melhor, que a esperança sobrevive apesar de tudo.

Essa força estranha e imensa que nos faz capazes de um amor sem medidas por um filho. Ou capazes de não desistir do sonho de uma vida inteira.

A força geradora. A força motriz. A que corre atrás de qualquer coisa para um filho ser feliz, para deixar a mesa posta, a cama feita, a roupa cheirosa no armário. A que trabalha duro e ainda assim tem tempo para ouvir os desabafos de um amigo. A que tem tempo para abraçar, acarinhar e nem sempre ser acarinhada e engolir lágrimas infinitas à noite, encharcando os lençóis sem que ninguém note. E, que, ainda assim, no dia seguinte nos faz levantar, sorriso no rosto para fazer tudo novamente, mil vezes, milhões de vezes para o bem estar de quem vive à nossa volta. Mesmo inundada de tristeza nos olhos inchados que ninguém percebeu....

O tempo...ele é capaz de ensinar tantas coisas, nos faz nos acostumar até com a dor, com a tristeza e aprender a conviver com ela e a sobreviver, apesar dela. Mas, “a vida é amiga da arte” e a vida da maioria das mulheres que se doam é arte pura. Porque nascemos sabendo que o sol voltará amanhã. E, que ainda que não brilhe, ele está lá, atrás das nuvens, aguardando o momento de voltar a aquecer a Terra e iluminar os caminhos.

Ter a Gi como amiga, daquelas do coração, de alma, é um privilégio. Porque ela, embora não saiba, tem essa força estranha, tem essa voz tamanha. Tem o que chamei uma vez de altivez diante da vida, que só os fortes mantém.

Ela brilha porque é estrela, porque tem um sol catalizador no peito. E, porque é mulher e tem os pés no riacho, tem a sabedoria ancestral que todas nós carregamos conosco e, ainda que pense que não, seu amor ilumina até mesmo quem está longe dela.

Com todo o meu carinho e amizade,

Glória Leão


Glorinha estará sempre no meu coração. Quando ela ficou doente liguei para o celular dela, que estava internada, e a achei animada para enfrentar a doença. Pensei que era somente um período difícil e que ela iria tirar de letra a adversidade. Mas depois fui ficando muito preocupada pois já não respondia aos e-mails, mensagens e  cartões... Mas acho que essa amiga agregou, uniu, juntu, foi tão verdadeira e só posso dizer que ela correspondeu a tudo que sempre esperei dela. Quando nos encontramos no Rio de Janeiro em 2011 foi uma emoção muito forte e aquela alegria guardarei pra sempre. 


Foto de Glorinha no colo de sua irmã Regina. Enviou-me na ocasião em que publiquei a série Eu também já fui um bebê.  Para rever, clique aqui
Saudade, saudade e saudade é só o que tenho pra dizer e quem ficou e se encantou com ela sabe o que estou falando.