Admiro demais o trabalho de contadores de histórias. Fico fascinada diante de uma pessoa que sabe prender o outro pelo forma de contar e narrar casos. Claro que ao longo da minha vida, ouvi histórias contadas pelo meu avô, minha avó, minha mãe e meus tios, mas nada se compara àquela visão maravilhosa do mágico contador de histórias, que tira do baú os personagens e os enredos, que de alguma forma, se entrelaçam com a nossa vida e o nosso cotidiano.
A primeira vez, já adulta, que vi uma pessoa contar histórias, que foram preparadas ou estudadas especialmente para o momento, senti uma alegria enorme, uma sensação de prazer, que nem consigo descrever. Mais tarde incluí um quadro com narração de histórias em meu programa de rádio, o Povo e Cidadania. O quadro chamava-se "Contando Uma Hstória". Imagine juntar as histórias maravilhosas, com as vozes lindas dos narradores e os recursos de áudio que a técnica de rádio oferece. Só podia sair coisa boa mesmo. Através desse quadro pude fazer uma pesquisa e comprovar que as histórias colaboram para a formação do ser humano, formam, junto com outros parceiros, homens de bem, pessoas responsáveis, reafirmam valores.
Estou lendo um livro, que peguei ao acaso na biblioteca, chamado "Sonhos de transgressão: minha vida de menina num harém" de autoria de Fátima Mernissi.
Num dos primeiros capítulos, para explicar a força das palavras, a autora conta que sua mãe didaticamente narrou a história de Scherazade de As mil e uma noites. Em nota de rodapé, Scherazade é descrita como uma corajosa heroína e uma das raras figuras mítica femininas que possúímos. É uma estrategista e uma pensadora com poderosos recursos, que utiliza seu conhecimento psicológico dos seres humanos para conseguir que avancem mais depressa e pulem mais alto.
A história de sherazade nos faz refletir sobre a importância das histórias e como elas podem nos proporcionar confiança, em nós mesmos e nos outros, confiança no outro, na vida, esperança. Podem nos tornar pessoas melhores, mais humanas, assim como transformou o rei Schahriar.
A palavra é poderosíssima e as vezes pode-se perder muito com ela. Pode, a palavra, arruinar a vida de quem a pronuncia e de quem a ouve. Por isso, a autora relata um conselho de sua mãe, é preciso que cada palavra dê a volta sete vezes por sua língua, estando os lábios bem apertados, antes de você soltar a frase. Mas também é pelo poder das palavras, juntas com arte, que se salva um reino. Sherazade conseguiu impedir que o rei lhe cortasse a cabeça sem precisar usar mais do que palavras.
Apesar do padoxo, contar histórias é a mais antiga e a mais moderna arte de se comunicar. Os contadores de histórias, como mágicos das palavras, colaboram certamente com uma nova forma de ver e entender o mundo e as pessoas. Vamos contar histórias?
15 comentários:
Bom dia Gi!
Todos podem e devem contar histórias. Mas tem umas pessoas que tem um dom todo especial.
Tenho certeza que você é uma dessas pessoas por que pelos textos que aqui leio, sempre fico presa até o final.
Xeros
É algo que todos podemos fazer, dar um tempinho nosso pra alguém.É um lindo trabalho!beijos,chica
Oi, Giovanna
Acabo vir do SHAPPARU onde li um texto sobre o significado e o poder das palavras.
Desde muito pequena sempre tive os contadores de história na minha família. Na primeira infância meus avós paternos.
Depois um tio-avô, o Tio Quim, famoso por suas história para crianças, que nos contava sobre muitos exemplos de vida com um toquinho de carinho.
Gostei muito de suas colocações sobre a formação do caráter através do contar histórias.
Bjs no coração!
Nilce
Olá, querida Gi
Vamos "reafirmar valores" sim!!!
Sabe, a parte boa da minha infância foi a de ler histórias, nunca tive quem me contasse...
Agora, meu netinho fica como numa ladainha: -conta história, vovó!!!
Estou levando 3 livros na próxima ida...
Que delícia contar histórias!!!
Um ótimo dia com muita história pra contar.
Bjs
Giovanna
Pelo meus textos, você já deve ter visto que eu adoro uma história.
Mas realmente tem umas pessoas que sabem como prender a atenção da gente.
Mas gostei da idéia, vamos contar histórias sim.
um beijo
Bom dia Gi,
É mesmo muito bom ler/ouvir histórias. Adorei a forma como colocou isso...
Tenha um lindo dia...
Cê
Gosto muito de contar histórias, pois tive a sorte de ter uma mãe que sabia, como ninguém, contá-las! Minhas filhas se divertem nas noites em que encarno os personagens de seus livros favoritos e dou voz e emoção às letras! Elas mesmas já estão caminhando para se tornarem excelentes contadoras de histórias! É, afinal uma tradição oral, não é mesmo? rsrs! Um beijo, Deia
Olá Giovanna!!!
Muito legal mesmo os contadores de história, também já vi uma vez que fui a feira de livros, eu e o Gui ficamos maravilhados!!! Além de tudo ele inventava músicas em cima das histórias que lia e depois cantava, foi muito show!
Muitas boa sua postagem!
Passa lá no blog, mudei a cara dele.
Beijos!
Gi, que post mais lindo, AMEI!
Beijo, beijo e obrigada, tá?!
She
Meu pai é um excelente contador de histórias! com um jeito simples e até meio caipira, ele consegue prender a atenção das crianças.
Meu pai é um excelente contador de histórias! com um jeito simples e até meio caipira, ele consegue prender a atenção das crianças.
OI Gi
Admiro profundamente quem tem este dom de encantar as pessoas com histórias. Confesso que eu não tenho,quando minhas filhas eram crianças, eu só contava dos Três Porquinhos. Não tenho muita paciência,mais adoro ouvir uma boa história.
Bjos
Oi Gi,
Acho fantástico como os contadores de histórias conseguem atrair a atenção, não só das crianças, mas também dos adultos para um mundo lúdico tão maravilhoso.
Sou fã...
Tudo de bom.
Bjs mil
Olá!
Que postagem interessante sobre contação de histórias!
Peguei seu endereço no blog da Anabela e resolvi te visitar. Gostei do seu estilo.
Olá Gi!
Pois acredite se quiser, já fui contadora de estórias em trabalho voluntário em escolas públicas.
Contava estórias para crianças que não tinham pais que chegassem em casa com tempo e condições físicas para lerem para seus filhos.
Foram dois anos de muita satisfação em minha vida e reconhecimento infantil. Eu adorava e pretendo um dia retornar a fazer o mesmo.
bjs cariocas
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