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Uma das coisas que decidi logo que fiquei grávida dos meus filhos foi o nome que daria a cada um. Aliás, decidi não, decidimos, marido e eu decidimos juntos. Deixei de lado preferências que eram só minhas e ele teve qua abrir mão das suas também para chegarmos a um consenso. Daí nasceram Vinicius e Vitor. A escolha do nome é realmente uma tarefa mais que especial delegada aos pais. Mas porque estou escrevendo isso? O post sobre a minha mãe rendeu mais do que palavras. Rendeu além de comentários carinhosos e abraços virtuais afetuosos, lembranças que estavam guardadinhas numa caixinha que trago dentro de mim.
Eu aos quatro anos
Lembrei da história do meu nome. Sim, meu nome tem história e como tem. Alíás não nasci Giovanna e nem sempre me chamei Giovanna Marcia Valfré. Acho que já falei que sou filha de mãe solteira e isso em 1964 era quase uma maldição. Naquele tempo não havia justiça que obrigasse um homem a assumir com responsabilidade o filho que gerou. Não havia teste de DNA para provar a paternidade e eu só contava com a coragem e a certeza de minha mãe de que eu era realmente filha de meu pai. O suposto pai não queria assumir, de jeito nenhum. Garotão, irresponsável, mimado. Fazer o que? A mãe barriguda, difamada, expulsa de casa foi a luta. Teve a filha sozinha com a ajuda escondida de alguns (pouquíssimos) amigos e parentes. Na saída do hospital ela resolveu que me chamaria Marcia. Então alguém disse, "vamos ao cartório registrar criança" e ela respondeu que não, que iria esperar mais um pouco pois sem certidão de casamento nas mãos a filha não teria direito ao sobrenome do pai. Sem certidão de nascimento, vou ao médico, ao posto de saúde, à escola...assim mesmo sem existir oficialmente.
No colo dela
O pai continuava batendo o pé, "não registro, não é minha filha", apesar da semelhança revelar o contrário. Quando precisava escrever meu nome, escrevia Marcia Nicolau (sobrenome dela), mas ela na sua imensa sabedoria, coragem e certeza me ensinou também a escrever o sobrenome que estaria grafado no meu futuro registro de nascimento. Quando estava terminando o curso Primário (atualmente a quarta série do Ensino Fundamental) a diretora da escola mandou chamá-la para dizer que a situação era insustentável. Ou ela apresentava meus documentos ou eu teria que deixar a Escola. O que fazer? Desespero e desânimo ameaçaram sua coragem. Mas ela, altiva como sempre foi, decidida e forte como uma rocha, foi até onde estava o meu pai, contou a história, o ultimato da diretora e ele sem qualquer questionamento, sem nenhuma discussão, levantou de onde estava sentado, se arrumou e foi ao cartório junto com ela providenciar a minha certidão de nascimento (vai entender!!). A minha avó Beatriz (um doce de pessoa), antes que eles saíssem fez um pedido, que eu tivesse o nome dele, para quem sabe, amolecer o seu coração, ajudá-lo a tomar juizo e a assumir de verdade a filha. Terminou a tarefa dela (minha mãe) no que diz respeito ao meu registro civil, iniciou a minha. Com certidão nas mãos cheguei a escola e a minha professora, tia Ana, perguntou: você já sabe escrever seu nome novo? Respondi que sim e escrevi: Giovanna Marcia Valfré. Giovanna o feminino de Giovanni (o nome dele conforme pedido de vó Beatriz), Marcia, o nome escolhido por minha mãe e como eu já era conhecida e Valfré o sobrenome dele.
Foi assim, com a paciência e a coragem da minha mãe que conquistei o direito ao nome. Entretanto conquistar o amor desse pai foi uma outra aventura que certamente ainda contarei nesse blog.
Aos queridos e queridas que passam por aqui deixo o meu abraço carinhoso.
30 comentários:
Nossa que história, Gi! Muita coragem da tua mãe de naquela época bancar uma criança. Sinto que não deve ter sido fácil para ela, mas imagino o quão orgulhosa ela não se sentia ao ver a sua filha crescendo com amor.
Bjus, Lu
Bom dia Giovanna! Apesar de conhecer um pouco de sua história, essa parte eu não sabia. Você tem muita admiração pela sua mãe e isso é muito bonito, vc disse que se parece com seu pai fisicamente, mas pelo jeito a sua mãe está entrelaçada no seu interior e o que não veio na aparência, veio nas atitudes né!
Você é muito especial!
Por isso deixei mais um selinho pra vc, esse, eu ganhei de uma outra amiga (veja que suas dicas estão funcionando, obrigada). Abraços.
Oi Giiiii
Que MÃE hein!!!!!
Estou arrepiada !!!!! e admirada!!!!
admirada da fonte de força e coragem dela !!!!
Maravilhoso seu texto !!!!
com carinho
bjs
querida..fiquei emocionada em ler sua historia..!!!!que nome daria a sua mãe? "mãe coragem!"!!! meu respeito e admiração por essa criatura forte que criou você apezar de tudo!!! e de todos!!! e fez..(pelo que vejo aqui!!) de você..uma mulher tão forte quanto ela!!!lindo a sua mensagem de amor e despreendimento!!fica com Deus..li
Bom Giovanna, muito bom ver um pedacinho da sua história transcrita nesse texto. Escrever tem lá o seu remédio...remédio que ajuda a limpar o que, porventura, ainda resta na alma. E, você, guerreira como eu sei que é, sabe lapidar o seu viver vivendo tudo o que vc pode encontrar de jóia preciosa pelo caminho.
Bjs da irmão do coração que te admira muito.
Meus filhos também se chamam Vitor e Vinicius...Foi o Vitor que escolheu o do irmão Vinicius. Quando tive o Vitor ele foi registrado só no meu nome...é eu também fui mãe solteira e mesmo em 93 foi uma barra...o pai do Vitor nunca assumiu...mas alguns anos depois conheci uma pessoa legal e ele agora é pai dos meu dois meninos...dizem que o Vitor é mais parecido com ele do que o Vinicius que é seu filho biologico...beijos pra voce e para a sua corajosa mãe.
olá, primeiro que história ..gosto de ler.. segundo ,agradecer a preocupação comigo em função dos temporais que rolam por aqui.. agora é a minha vez de me preocupar com vc , pois falaram q a tal frente fria vai pro Espírito Santo.. entao se cuida.. e vc re cebeu o email q te mandei das flores ? fique bem bjs LIN
Oi Giovanna! Estou aqui chorando de emoção com sua história... Que mãe e que filha!!!
Parabéns a vcs, mulheres corajosas!
Beijos.
PS:A avó que fez o pedido era materna ou paterna?
Oi, Giovanna!
Que história bonita e de força você nos conta! Sua mãe realmente era uma mulher de fibra e teve um grande amor por você, fazendo este ato determinado.
E seu nome ficou lindinho, gostei muito.
beijos cariocas
Muito legal você compartilhar conosco sua história.
Ah, também tenho um filho Vinicius.
Bjs.
Oi minha querida! Que legal esse post, vc compartilhou com a gente a sua existência de uma forma tão positiva, tão deliciosamente encantadora a abordagem que vc usou.
Amei! Parabéns pela forma que vc escreveu!
Beijoooooooooooo
Oi minha querida! Que legal esse post, vc compartilhou com a gente a sua existência de uma forma tão positiva, tão deliciosamente encantadora a abordagem que vc usou.
Amei! Parabéns pela forma que vc escreveu!
Beijoooooooooooo
Oiii Gi,
nossa que história linda,sua mãe foi uma super guerreira!! Não éatoa que ela te dizia pra ter coragem.Mas do que sábias palavras,uma lição de vida!!!
bjkssss amiga,
qto a música...ando me sentindo perdida mesmo...daí junta nervoso do dia-dia...mais algumas coisinhas que estão acontecendo...enfim, nada como um dia após o outro né!!! E muita coragem pra seguir em frente!!!
Linda história de luta e superação. A cada página de história da nossa vida escrevemos acontecimentos fantásticos, que nos fazem ser quem somos. Parabéns. Abraço
amiga, obrigada por compartilhar conosco esta hitória... sua mãe foi mesmo muito valente...
tá vendo como estou me revelando no mundo das artes? mas falta muuito ainda...
Um beijo!!!
Oi Giovanna,
Para alguns pode parecer triste, mas também é muito linda a sua história e da sua mãe, na verdade me fez lembrar a história da minha mãe, que não é igual, mas é um pouco parecida, minha mãe também passou pelas mesmas lutas e preconceitos que a sua, pois ela também foi mãe solteira em plena década de 70, sofreu, lutou, mas criou a mim e as minhas duas irmãs sozinha, pois sempre seus companheiros a abandonava e as filhas também, mas graças ao bom Deus ela ainda está ao nosso lado. Quanto a sua mãezinha, tenho certeza que de onde ela estiver ela sempre olha por você e pela sua família!!!Te desejo um lindo e maravilhoso final de semana!!!!
bjs no coração...Vivi
Olá Giovanna...menina, que história bonita a sua! Eu posso imaginar a falta que sua mãe te faz, não deve ser fácil. Tem horas que eu me pego imaginando como seria não ter minha mãe por perto...dá um medinho..rs...ela é uma mulher forte e batalhadora, como a sua, e também sofreu preconceitos pois quando teve seu primeiro filho era solteira e não pode ficar com ele, mas nunca o esqueceu (é uma longa história...).
Amiga, deixo um beijo e desejo um lindo e abençoado final de semana para você e família!!
Gi, estou aqui chorando......poxa que mulheres....
Amiga a paçoca de rolha é aquela que vende em docerias redondinhas, eu não sei como é chamada ai...
beijos qualquer dúvida é so perguntar
te adorooo
Gi,
Poucas seriam tão perseverantes.
Muito forte e decidida a sua mãe.
História de luta e paciencia, daria um bom filme.
Supreendente sua história, fiquei ansiosa para ler o final, e agora estou mais ansiosa para saber a continuação dessa história, confesso.
Beijos e flores!
Que luta da sua mãe em Giovanna!
Uma verdadeira heroína.
Mas esse "negócio" de nome é muito importante.
Os meus se chamam Matheus e Hugo.
Se Hugo fosse uma menina seria, provavelmente Giovana. Adoooro esse nome.
Obrigada sempre por sua presença no Misturação.
OI AMIGA VIM TE CONVIDAR O ANI DO MEU BLOGUITO E DO MEU TB - E O PRESENTE - UMA LUMINÁRIA MARROQUINA DA ROSAMUNDO PRESENTES
TE ESPERO LÁ
BJS
LÚ
OI vc e sua mae são duas guerreiras ela pela coragem de lutar e vc pela coragem de contar. um grande abraço.
Oi Giovana, esse quase foi o nome da minha filha, mas como não queriamos repetido na familia ficou Carolina, menina...que historia lindaaaa me emocionei, bacana compartilhar essas historias, espero que vc tenha a mesma garra que sua mãe viu...
bjs
Paula
ola, eu não tenho a sua historia, mas tenho a falta de fotos, e tereivel não ter fotos de sua mae, sua etc.... mas vamos levando a vida. beijos emilia
Oi Gi,
Adorei saber sobre sua história, que é uma lição de vida para muitos, parabéns pela pessoa que vc é!!! Te desejo toda felicidade do mundo!!!!
Beijinhosss
Carine
Minha nova amiga, sua história é muito parecida com a minha em relação ao nome do pai e outras coisas mais. Depois lhe conto sobre o assunto,rsrs.
Percebi em você um ser muito sensível e muito humano.
Grande beijo para você!
Gi,. não sei por que eu não tinha lido esta história. Que história mais linda! E como sua mãe foi incrível! Que dignidade!! Fiquei comovida com toda a história. Imagino o sofrimento que não deve ter sido para ela, e para você, claro! É que como mãe sabemos que ela sofreu 2 vezes, né?
Beijos.
Que história hein....
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